segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Supertaça - Benfica-Braga Análise da 1.ª Parte

Depois de uma fase de estudo inicial de cerca de 4 minutos, o Benfica adoptou uma toada mais ofensiva e chegou ao golo após uma boa jogada individual do Cervi aos 10 minutos. O Benfica continuou a mandar no jogo até que José Peseiro decidiu mudar do 4-3-3 inicial para o 4-4-2. A partir desse momento, por volta dos 20 a 25 minutos, o Braga começou a dividir o jogo e terminou a primeira parte a dominar o jogo. Domínio esse que se estendeu ao longo da segunda parte com a criação de muitas oportunidades e uma grande exibição de Júlio César, até que uma combinação entre Jonas e Pizzi, permitiu ao melhor marcador do campeonato da época transacta fazer o 2-0 e decidir o jogo.

Benfica 4-4-2

Júlio César
Nélson Semedo, Luisão, Lindelof e Grimaldo
Fejsa, André Horta, Pizzi e Cervi
Jonas e Mitroglou

Braga 4-3-3
Marafona
Baiano, BolyAndré Pinto e Goiano
Mauro, Pedro Tiba e Vukcevic
Pedro Santos, Stojiljkovic e Rafa

1-0 Cervi aos 10 minutos
2-0 Jonas aos 75 minutos
3-0 Pizzi aos 90 minutos

Com um 4-3-3 em que não pressionava a saída de bola, pois essa pressão só acontecia no seu meio-campo defensivo, o Braga permitiu ao Benfica uma construção segura em que a projecção dos laterais pelas alas assegurava que os ataques tivessem muitos jogadores envolvidos. Pizzi e Cervi ora procuravam o interior, deixando as alas para Semedo e Grimaldo, ora ficavam na ala a assegurar a largura máxima, permitindo aos laterais o ataque a zonas mais interiores, aproveitando sempre para combinar com Jonas/Horta, à direita e com Mitroglou à esquerda, fazendo triângulos que permitiam ultrapassar os defesas do Braga em combinações. Por seu lado, o Braga optava por bolas longas que normalmente eram resolvidas pela defesa do Benfica com facilidade.

Depois de dois lances perigosos aos 5 e 7 minutos, após uma subida de Grimaldo, Cervi recebeu um passe na parte de fora da área do lado esquerdo e com uma boa jogada individual finalizou na cara de Marafona.



Pedro Santos foi ultrapassado na lateral por Grimaldo e Baiano tentou sair ao lateral benfiquista. Grimaldo passou para Cervi e este aproveitou o imenso espaço entre Boly e Goiano.  É evidente o mau posicionamento da defesa do Braga.



Como Boly não ofereceu a cobertura no momento certo, foi em esforço tentar evitar o remate de Cervi e bastou uma finta para o colocar fora do lance. Optou pelo remate com o pé mais fraco e marcou, mas também poderia ter assistido Mitroglou.


Rápida reacção à perda de bola

Atordoados pelo golo e pela entrada do Benfica, os jogadores do Braga pareciam não ter resposta, pelo que o Benfica continuou a criar jogadas de perigo. Após mais uma jogada pela dupla Grimaldo-Cervi no lado esquerdo, o Braga alivia e os jogadores do Benfica são rápidos na recuperação de bola, tendo Semedo acertado no poste aos 15 minutos, após um remate que foi desviado por André Pinto.


Triângulos benfiquistas nas laterais 

O Benfica aproveitava as enormes dificuldades de Boly no posicionamento, para com os seus triângulos criar jogadas de perigo. Baiano estava bem posicionado em função da posição de Boly, mas como este estava no lugar errado, Mitroglou nas costas de Baiano poderia ser sempre uma solução para a conclusão. André Pinto iria cortar a bola e apenas a má execução de Cervi (que não aparece na imagem) salvou o Braga do 2-0.

Após mais umas jogadas de perigo Peseiro falou com Pedro Santos, colocou-o na esquerda e Rafa foi-se juntar a Stojiljkovic na frente de ataque, mudando do 4-3-3 para o 4-4-2 aos 20 minutos de jogo. Horta ainda criou um lance de perigo, mas aos 22 minutos, depois de mais uma bola longa, Pedro Santos testa pela primeira vez Júlio César. A primeira má abordagem de Luisão na cobertura a Semedo indicava o que estava pela frente.

O Braga começou a pressionar no meio-campo do Benfica, por vezes até à área, tentando dificultar a primeira fase de construção, mas continuando a refugiar-se no seu meio-campo defensivo. No entanto, ao pressionar nos pontapés de baliza, limitava o número de vezes que o Benfica podia começar a construir a partir de trás.

Aos 29 minutos, depois de uma perda de Pizzi no meio-campo ofensivo, transição rápida pelo lado direito, Luisão a não oferecer cobertura a Semedo, Horta a não conseguir acompanhar Pedro Santos e uma tabela e permitiu ao bracarense ultrapassar o lateral benfiquista e rematar da linha lateral da grande área para defesa de Júlio César.


A consequência deste mau posicionamento de Luisão foi:


Pedro Santos com duas opções: cruzar para Stojiljkovic, que tinha a frente ganha a Lindelof, finalizar na cara de Júlio César ou rematar. A opção pela segunda permitiu a Júlio César voltar a brilhar.

No minuto seguinte, pontapé de baliza para o Braga, Luisão salta e faz falta, que é marcada rapidamente e aproveitando o desequilíbrio da defesa, após um 2vs1 sobre Lindelof, Rafa passa a Pedro Santos e este opta por rematar cruzado ao lado da baliza em vez de passar atrasado para a entrada da área. As más opções de Pedro Santos custaram oportunidades flagrantes.


Fejsa a não ocupar o lugar à frente dos centrais e um cruzamento atrasado e teríamos a repetição de um dos golos do Lyon. A defesa do Benfica estava com os apoios todos virados para trás, excepto Grimaldo, Lindelof estava na contenção, Semedo na cobertura e Luisão com os apoios completamente errados, pois seria incapaz de reagir a um cruzamento atrasado visto só estar preocupado em recuperar a sua posição.




Por volta da meia-hora, já o Braga assumia a pressão sobre a saída da bola desde o guarda-redes numa base mais constante obrigando o Júlio César a bater na frente. Dessa pressão resulta uma recuperação de bola após a perda de Horta e Pedro Santos finalmente toma a decisão correcta, só que Rafa falha a execução e o empate.





Horta perdeu a bola e juntamente com Semedo e Grimaldo, que estavam mais adiantados, não conseguem recuperar defensivamente. Fejsa fecha bem o espaço ao meio, mas Luisão opta por não fazer contenção permitindo a Pedro Santos cruzar para o segundo poste onde Rafa aparece nas costas de Lindelof. O Braga estava cada vez mais perto do empate.

Perto do intervalo os últimos lances de perigo do Braga. 


Rafa ganha a Lindelof, Luisão sai na contenção


Lindelof vai recuperar para tentar oferecer cobertura a Luisão mas fica um bocado 
preso com a referência do adversário, Semedo recupera bem para assegurar a largura


Semedo a fazer a contenção a Pedro Tiba que recebe o cruzamento de Rafa.


Na sequência deste lance há um cruzamento da direita e Júlio César
tem uma má intervenção mas a defesa alivia.

O último lance de perigo é um remate de Goiano que surge depois de um cruzamento da direita de Baiano, Luisão alivia de cabeça e Semedo fica preso no bloqueio sendo incapaz de fazer a contenção.



Na resposta, uma má execução de Fejsa não permite ao Benfica criar um lance de muito perigo, dada a vantagem no corredor central.




Foi uma primeira parte em que o Benfica entrou forte, marcou e criou várias jogadas de perigo, mas depois o Braga respondeu e algumas más decisões e execuções impediram que o resultado se alterasse. Júlio César mostrou estar sempre à altura dos acontecimentos.


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