Fraca exibição do Sporting com muitos erros próprios e prejudicado por um ou dois lances de grandes penalidades. A nossa abordagem neste espaço será mais centrada sobre o que fazem os jogadores em campo e os treinadores no banco, do que em analisar e discutir arbitragens e lances à exaustão, pois para isso já existem muitos outros espaços.
Não que não se reconheça que a arbitragem não influencia os resultados, pois não só as decisões dos árbitros, as certas e as erradas, como também as decisões e execuções de jogadores e treinadores influenciam os resultados. Um árbitro não pode ver repetições e voltar atrás e apitar de forma diferente, como um jogador não pode voltar a rematar uma bola que tinha todas as condições para marcar e falhou, ou um guarda-redes voltar a tentar defender uma bola que deixou entrar.
Quem teve maior influência no resultado, o árbitro que não assinalou um penalty sobre Matheus Pereira ou um jogador que vendo um cartão amarelo na sequência desse lance por protestos, se faz expulsar 3 minutos depois com uma entrada dura e deixa a equipa com 10 jogadores, a perder por 2-0 e com quase uma hora de jogo pela frente? Esse é um tipo de discussão que pouco nos interessa.
Sporting 4-4-2
Stojkovic
João Pereira (Schelotto 63'), Naldo, Ewerton (Ruben Semedo 79') e Jefferson (Zeegelaar 63')
Palhinha (Gauld 85'), Aquilani, Matheus Pereira (Petrovic 45') e Iuri Medeiros (Gelson 63')
Daniel Podence (Bryan Ruiz 63') e Alan Ruiz (Slimani 63')
PSV 4-3-3
Zoet
Willems, Moreno (Schwaab 45'), Isimat (Koch 63') e Brenet
Hendrix (Vloet 63'), Maher (Guardado 63') e Pröpper (Lundqvist 63')
Pereiro (Narsingh 45'), De Jong (Jozefzoon 63') e Locadia
0-1 De Jong 5' (pen), 0-2 Locadia 21', 0-3 Hendrix 41'; 0-4 Maher 50'; 0-5 De Jong 55'
Como acima foi dito, foi uma exibição globalmente muito fraca do Sporting. A expulsão não justifica tudo, até porque os erros defensivos já se vinham somando antes da expulsão. O Sporting tem sentido grandes dificuldades com as ausências de William Carvalho e Adrien. Palhinha e Petrovic tem apresentado dificuldades na compensação dos defesas e isso tem criado espaços no corredor central, enquanto que as opções para médio ofensivo: Aquilani e Bryan Ruiz pouca ajuda dão ao médio defensivo tapando a zona à frente do centro da defesa.
Bastam umas quantas combinações dentro do bloco, alternando a entrada e a saída da bola do bloco, em especial quando é solicitado um flanco, os laterais têm saído na contenção, quando não são ultrapassados e a deficiente postura quer do médio defensivo, quer mesmo do médio ofensivo (posição 8) criam grandes dificuldades à defensiva do Sporting.
Ewerton e Naldo a reagirem mais aos adversários do que aos colegas, os laterais completamente fora dos jogos, o médio defensivo a chegar tarde para dar cobertura ao lateral ou ao central que sai ao adversário que ultrapassou o lateral, sem ajuda do outro médio centro, nem basculação dos defesas do lado contrário ao da bola e permanentemente existem espaços para finalizar no corredor central. Para agravar a situação, a equipa do Sporting tem estado muito comprida defensivamente, com os sectores muitas vezes afastados, o que permite a entrada da bola dentro do bloco e o tempo e o espaço para o avançado dar seguimento à jogada.
Muito trabalho pela frente de Jorge Jesus. Há jogadores que pareceram esquecer os comportamentos do ano passado, há outros que ainda não os conhecem. Somando-se a isso, a ausência dos jogadores que estiveram presentes no Europeu e defrontarem equipas mais adiantadas na fase de preparação tem sido a receita para os insucessos sucessivos. Azbe Hug e Stojkovic também não podem ser isentados de culpas, mas com os jogos a correrem mal, é natural que jogadores pouco experientes, não consigam ter a confiança para fazerem no mínimo o que justifica a presença deles no plantel.
Se defensivamente o Sporting tem estado mal, a consequência são os 13 golos encaixados em 3 jogos contra equipas que provavelmente pode vir a defrontar na Champions, ofensivamente hoje o Sporting esteve bastante abaixo do que mostrou contra o Zenit, por exemplo. Podence, novamente o melhor do Sporting, não esteve tão em jogo, embora quase sempre que tocou na bola ela seguiu com qualidade. A jogada que antecede o lance com Matheus Pereira, mostra bem a visão de jogo que tem.
Alan Ruiz, Iuri Medeiros e Matheus Pereira mostraram pouco, apenas alguns pormenores e vão tardando em fazer exibições convincentes como as de Podence. Se no primeiro caso estamos a falar de um jogador que é aposta do Sporting e de Jorge Jesus, nos outros casos isso não sucede, pelo que não demonstrando em campo, é nos treinos que têm que convencer Jorge Jesus que vale a pena ficarem no plantel. Sim, porque independentemente das análises que se façam aos desempenhos nos jogos, é o trabalho diário com o treinador que vai ditar quem fica ou não no plantel e quem joga ou não nos jogos oficiais.
Há atenuantes e explicações para a série de maus resultados. A verdade é que a pré-época e os amigáveis são o local ideal para errar e para perder jogos, pois quer os erros quer as derrotas não se traduzem em consequências. Jogar à tarde depois de treinos de alta intensidade de manhã contra equipas que estão já noutro nível de preparação é um convite à derrota. Mas sendo um convite à derrota, pode aqui ou ali trazer benefícios que se traduzem da forma de conseguir lidar contra adversários que sejam muito superiores. Isso não se tem visto até ao momento e as derrotas para além de aquecerem conversas de adeptos, apenas têm servido para que se verifiquem os muitos erros feitos e como se devem corrigi-los.
Mas a continuação dessa série corre o risco de desmotivar os adeptos e quiçá um ou outro jogador menos forte psicologicamente. Faltam ainda quase 4 semanas de trabalho e é possível que existam saídas e entradas de jogadores que possam reconfigurar significativamente o plantel. Neste momento os únicos sinais sãoque é preciso continuar a trabalhar, que não parecem existir alternativas no plantel a Rui Patrício e que Podence merece ser aposta.
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