quinta-feira, 28 de julho de 2016

Bayer Leverkusen-Porto

O Porto continuou a sua pré-época por terras europeias optando por defrontar uma equipa que apesar de pertencer a um campeonato muito mais competitivo que o português, está ainda num estado mais atrasado de preparação sendo visíveis os efeitos das cargas físicas e do pouco tempo de treino, visto que os jogadores do Leverkusen apresentaram-se pesados e com pouco entrosamento. Ainda assim, um adversário com tanta qualidade levantou algumas situações interessantes para o Porto resolver.

As equipas alinharam com:

Leverkusen 4-4-2
Ozcan
Hilbert (Akkaynak 74'), Toprak (Cacutalua 82'), Papadopoulos (Ramalho 45') e Henrichs
Bellarabi (Öztunali 64'), Çalhanoglu (Yurchenko 64') (Havertz 76'), Kampl e Brandt (Mehmedi 45')
Volland (Schreck 74') e Chicharito (Pohjanpalo 64')

Porto 4-3-3
Casillas (José Sá 45')
Maxi Pereira (Varela 45'), Felipe (Chidozie 64'), Marcano (Reyes 64') e Layún (Aboubakar 64')
André André (Evandro 45'), Herrera (Rúben Neves 45') e Bueno (João Carlos Teixeira 45')
Otávio (Alex Telles 45'), Corona (Brahimi 45') e André Silva (Adrian Lopez 45')

0-1 André Silva 8'; 1-1 Chicharito 58'

A grande novidade deste jogo verificou-se na primeira parte pela inversão do triângulo de meio-campo. Habitualmente o Porto jogou sempre com um médio mais defensivo e dois interiores e nesta primeira parte foi possível ver um duplo-pivot defensivo com Herrera e André André, com Bueno solto para a criação. Na segunda parte, Rúben Neves e Evandro mantiveram essa experiência de Nuno Espírito Santo, sendo previsível a escolha desta opção em jogos de maior grau de dificuldade.

O Porto adiantou-se cedo no marcador na sequência de uma jogada rápida com um lançamento para o flanco esquerdo, tendo Otávio ganho o duelo ao defesa alemão e centrado para um André Silva que, completamente desmarcado no centro da área, limitou-se a encostar. A partir daí o Porto assumiu uma postura mais defensiva  cedendo a bola ao adversário e variando a zona onde exercia a pressão. Com um Casillas mais ao nível habitual, o Porto foi conseguindo suster as iniciativas alemãs, sendo que aqui ou ali tentavam o contra-ataque, tendo André Silva uma oportunidade clara para o aumentar a vantagem após um lançamento em profundidade que terminou com um chapéu ao guarda-redes.

O resultado da primeira parte mostrava uma vantagem portista devido a uma maior eficácia na concretização das oportunidades. Conforme foi dito, esta deverá ser uma opção que NES utilizará contra equipas mais poderosas e que assumam as rédeas do jogo. O principal problema continua a ser a excessiva preocupação com o portador de bola e com as referências individuais, bem como uma pressão que não visa tapar as linhas de passe. Perante adversários mais rotinados deste nível, continuam-se a verificar-se desequilíbrios que normalmente na Liga dos Campeões se traduzem em golos.

As mexidas efectuadas por NES ao intervalo, agudizaram o domínio dos alemães, com o problema adicional do Porto dar muito espaço dentro do bloco o que permitia combinações curtas aos adversários. Num desses lances e após uma má abordagem de Filipe, Chicharito acabou por ficar na cara de José Sá e não perdoou ao contrário do que tinha feito na primeira parte.

Após o golo e com a entrada de Aboubakar por um lado, que se afirmou como uma referência a receber a bola e esperar pelos colegas o que permitiu a subida da equipa no terreno e as substituições no Leverkusen por outro lado, com a consequente quebra de qualidade e ritmo, o jogo tornou-se mais dividido e seria o Porto a ter a última grande ocasião quando Aboubakar se deixou desarmar in extremis quando se preparava para finalizar uma jogada no interior da área alemã. Na segunda parte foi curioso ver a adaptação de Layún a extremo esquerdo, mostrando toda a sua polivalência e qualidade nas diferentes posições que vai ocupando.

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