quarta-feira, 13 de julho de 2016

Sporting-Mónaco

Foi uma derrota pesada frente a uma equipa com mais andamento, mas retiraram-se alguns bons sinais e verificou-se que há muito para trabalhar. A opção de Bryan Ruiz a médio de transporte traz vantagens em termos de saída de bola, pois há muito mais critério na saída de bola, mas o Sporting perde em termos de capacidade de reacção à perda e de transição defensiva. Tendo em conta que faltavam 3 médios que foram titulares na época passada (William Carvalho, Adrien e João Mário) é muito provável que esta opção de Ruiz a 8 tenha sido apenas uma experiência para colmatar as ausências.

As equipas alinharam com:

Sporting
Azbe Jug
Schelotto, Coates, Semedo e Zeegelaar (Jefferson 74')
Petrovic (Palhinha 66'), Gelson (Iuri Medeiros 66'), Bryan Ruiz (Aquilani 74') e Matheus (B. César 66')
Podence 21' (Teo 66') e Barcos (Slimani 66')

Mónaco
Badiashile
Tisserand, Raggi, Mendy e Sidibé
Bakayoko, Fabinho (Ndoram 86'), Dirar (Ivan Cavaleiro 86') e Lemar (Traoré 86')
Germain 12' (Bernardo Silva 76') e Falcão 23', 66' (Guido Carrillo 76' golo aos 82')

Face à ausência de Rui Patrício, jogou Azbe Hug que não justificou minimamente a aposta. Na defesa, a aposta de Jesus centrou-se em 4 elementos da época passada já com rotinas que se mantiveram durante 74 minutos. No meio-campo Petrovic jogou a médio defensivo, Gelson na ala direita e Matheus na ala esquerda, enquanto que Bryan Ruiz fazia a posição 8. Na frente, Barcos era a referência na área, jogando Podence no apoio.

Convém salientar que há uma grande diferença na preparação entre as duas equipas e que na segunda parte essa diferença se fez sentir significativamente. Na primeira parte já se notava a incapacidade de Schelotto e de Zegelaar para recuperarem na transição defensiva. Tanto o primeiro golo, como várias outras jogadas de perigo do Mónaco partiram de lançamentos nas costas dos laterais que depois com cruzamentos ou passes atrasados lançaram o pânico na defesa do Sporting.

Petrovic pareceu ser relativamente competente em termos defensivos, mas não especialmente participativo na manobra atacante. Como já foi abordado, Ruiz, bem a construir, mas mal a recuperar defensivamente e na reacção à da bola. Aliás, Ruiz perdeu várias bolas numa zona perigosa. Nas alas, Gelson e Matheus, pouco se mostraram. quem não aproveita as oportunidades que o treinador vai dando, não se pode queixar e a sorte para estes dois jovens jogadores é que o Sporting vai realizar ainda muitos jogos na preparação, caso contrário, estariam na porta de saída.

Ao invés, Podence fez uma grande exibição. Boas recepções orientadas, sempre a procurar o desequlíbrio, poucas perdas de bola, um bom golo e várias jogadas de perigo, tendo sido o melhor do Sporting em campo. Mas além destas acções, Podence esteve sempre bem a mostrar-se, a combinar, a aparecer no espaço vazio, a dar continuidade ao jogo. Aliás, após a sua saída e o 3-1, o Sporting afundou-se na mediocridade.

Um resultado adverso, vários jogadores entrados a frio com uma incapacidade notória para inverter o rumo do jogo e vários jogadores já muito desgastados fisicamente. É o primeiro jogo, o resultado estava negativo, mas Palhinha, Bruno César, Iuri Medeiros, Teo Gutierrez e Slimani fizeram exibições muito fracas nos 28 minutos que estiveram em campo. Aquilani e Jefferson entram aos 76 minutos, mas também pouco ou nada fizeram, tendo Jefferson ficado ligado ao quarto golo do Mónaco e Aquilani tendo perdido algumas bolas no meio-campo.

Jesus terá que trabalhar muito na transição defensiva, os centrais, em especial Semedo, tendem a ir compensar as subidas dos laterais e o corredor central fica desprotegido. O terceiro golo é um daqueles lances que as equipas de Jesus raramente sofrem, uma bola metida no espaço entre os centrais.

Amanhã o Sporting joga com o Nyonnais e o nível de dificuldade será muito menor, sendo previsível um resultado confortável. É muito natural que existam muitas mudanças na equipa, mas em termos de sumo, o jogo de hoje, será com toda a certeza muito mais interessante.

Do lado do Mónaco destacaram-se Fabinho e Bakayoko no centro do campo, muita qualidade e boa saída de bola mesmo quando eram pressionados, Mendy na ala esquerda sempre a ganhar kilómetros nas costas de Schelotto e a entregar a bola jogável e Falcão que parece renascido no principado, acutilante e com veia goleadora (já soma mais de meia-dúzia nesta pré-temporada).

É um resultado desequilibrado, há coisas para corrigir, mas mais do que grandes preocupações com o resultado, o Sporting deve estar satisfeito pela exibição do Podence. A grande preocupação do Sporting neste momento estará na baliza enquanto Rui Patrício não voltar, visto que Azbe Jug não se mostrou à altura do desafio.

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